Portuguese Language Thread and Critique

Here we talk about stuff written in Portuguese. What are you writing/reading lately?

Also, post what you've been writing.

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Postando para avaliação e bump.

Pensamentos descreveram senoides, uma onda de rádio em alguma frequência desconhecida. Uma coisa disforme olhando para o abismo e que em seguida cai para sempre. O vento frio descortinou o palco onde residem as profundas reflexões e, por assim as serem, ficam escondidas em camadas de coisas triviais sempre ditas, anuências e respostas autômatas que se amontoam antes que a voz soe. Uma força invisível pareceu empurrar Estêvão para sabe-se lá onde. No céu Plêiades despontava timidamente seu sete-estrelo por detrás da neblina que começava a cobri-la com seus mantos vaporosos. Enquanto os olhos estavam presos na constelação que naquela noite possuía algo de inexplicável aos olhos de seu observador, uma chusma de brilhos surgiu na escuridão como cacos de vidro se esparramando, despedaçados por uma fúria insondável no silencioso, cada qual seguindo para uma direção riscando o quadro-negro do espaço com suas caldas azul-marinho.

“Estrela cadente? Chuva de meteoritos? O fim da raça humana?”, pensou ele, nutrindo esperanças de que o último tivesse algo de verdade. E como o resultado de algo que não se compreende bem, mas faz-se lógico acreditar que à sua conclusão uma explicação detalhada será entregue em um envelope dourado aos que nele meditam, assim os pontos faiscantes ao alto desapareceram, e se havia alguma explicação para tais, esta nunca foi dada.

bump

Amigos brasileiros, algo que venho pensando ultimamente e gostaria de compartilhar a discussão. Acham que as reviravoltas políticas que afligem nosso país nesse momento podem vir a desencadear um movimento artístico que influencia nossa literatura?

I lived in Lisbon for half a year as an exchange student and liked the place a lot but hardly read anything during the time (muh party), can you recommend me some good Portuguese literature, preferably some which has been translated to English? Best would be novels set in Lisbon.

Try Saramago. His works have been translated to English from what I recall. His style is really different though.

this. pessoa too.

Jorge Amado
Fernando Pessoa
José Maria Eça de Queirós
António Lobo Antunes
José Mauro de Vasconcelos
Clarice Lispector
Machado de Assis

Sua prosa é bem sintética, mas não sei se de modo bom ou ruim, depende da sua intenção.

Achei o mesmo desu

Aproveitando pra pedir avaliação sem ter que me matar traduzindo algo que quase ninguém vai ler.

Ó, bela e imcompreensível senhora da matina, entre com sua ofuscante graça por entre minhas pálpebras e traga minha desnecessária consciência mais uma vez ao belo e imcompreensivel terror, junto ao ofuscante desconforto de se encontrar desnecessariamente mais uma vez em pleno juízo.

"Deus ajuda quem cedo madruga", perfeita frase imperfeita, completa com raciocínio imcompleto e imbuída de mentiras vazias. Acreditei sempre em Deus e nos exemplos de Seu filho, exceto por um periodo confuso de minha prepubescência, mas duvido de que qualquer benção atribuída a mim por Ele se deva aos inúmeros sonhos interrompidos, ilusões pelas quais trocaria um desconhecido qualquer para poder desfrutá-las por mais tempo que a pequena porção de cada noite ocupada por elas convencionalmente.

Me encontro parcialmente ereto sobre meu móvel designado de repouso, trazendo meu inconsciente comigo, fico completamente ereto acima a superfície designada de transito e me dirijo ao cômodo designado de higiene. Desfazendo-me da imundice interna à alma, explodo adentro o vaso sanitário, com vã esperança de que a insanidade discreta se deixe levar junto as dezenas de dezenas de duzias de pecados não cometidos que se cometem em um so instante diante da exclusão do plural. O pequeno espelho de reflexo nada absoluto que insiste em mostrar gotículas de água, talvez por consideração ou resignação diante de um homem que não quer acreditar em sua imagem, e ignorado por quem mais deseja acreditar em sua visão.

Did you guys fight over language like we hispanics do?

youtube.com/watch?v=LyaA4SKINLI

>a literatura está sendo controlada pelos marxistas

Anão, por favor.

Leve esse charlatão de volta pro antro de onde você veio, por favor.

No.

Mostly we fight about faggots and regionalisms. At least, that was the way of things over /int/ few years back.

JAJAJAJAJA MIAMOURS DEL CHUTZPAH CINCOOO A ELMAO

Acho improvável, mas a arte brasileira de modo geral definitivamente anda precisando de uma arejada.

Esse trecho, pra mim, ficou no meio do caminho entre melodrama demasiado pessoal e emotividade autêntica. Enquanto no segundo parágrafo parecia um colegial tentando toscamente imitar a clarice lispector, no terceiro não melhorou só o fluir das ideias, como também a dimensão das metáforas e a força das imagens.

Extended the List with Almeida Faria and I think we've got it.

muito bom

muito bem

Creio que não. Parto de uma perspectiva regional e adoto , mas acredito que:
I) Não se encontra uma associação artística criativa o suficiente para articular com vocalidade um movimento válido
II) Dispensando articulações, associações artísticas daqui tendem a ser por demais institucionalizadas
III) A classe artística popularesca é muito bem confundida com a classe política. Ou a política toma como instrumento a arte. Consequência do II.
IV) Artistas contemporâneos brasileiros de alto escalão não abordam e nem parecem querer abordar temas políticos. Afirmo isto somente por idas a galerias de arte contemporânea, me refiro às artes visuais. Talvez esteja me equivocando.
V) A chama de repressão/revolução vem justamente dos que não são artistas ou que são artistas medíocres. Leia-se: estudantes de Humanas, "coletivos" e pequenos grupos independentes.
VI) Há pouca preocupação atualmente com o estético, o político e o social esmagam o que poderia ser uma conjunção das três condições.

Enfim, minhas opiniões vêm mais de observações do mundo da pintura antes de qualquer outra forma d'Arte. Ainda acredito que haja alguns artistas no país que lidam, nas suas obras, com episódios recentes de maneira bem conscientizadora e [ao mesmo tempo] "rebelde". Não consigo citar nomes, mas ano passado vi na Bolsa de Arte em SP, pinturas muito belas que tinham como temática as inundações no Rio de Janeiro e Petropólis de 2011. Acho que destaquei demais o papel revolucionário e dialético da criação de novos movimentos, mas é isso.

Negrei no "e adoto". Desconsiderem.

Essa era a sensação que estava tentando passar, mas na verdade, nunca li Clarice Linspector.

bump

Quiçá, não.

Já passamos da era classicista em que escritores como Joaquim Manuel Macedo e Bernardo Guimarães escreviam sobre temas sociais a agradar o Pedro II. O escritor, na época, tinha um prestígio da nobreza, o que era bom. Mas hoje os tempos são outros. Na real, ninguém dá uma foda para escritores, e, ao meu ver, preocupar-se em contar histórias políticas pelo bem de se preocupar e se iludir com "se integrar" fazendo-o, só poda a liberdade criativa do autor.

E, no Brasil, o que mais necessitamos atualmente em todas as esferas da arte é de liberdade criativa. Eu não sei o que isto quer significar, mas me agonia ver escritores do final do século XX ainda se apunhalando com esteticismo da época pós-moderna.

Olhem este vídeo: youtube.com/watch?v=_CZE_4ujGQk

Coisas como o que o João Silvério Trevisan fala é o que mata a literatura e toda arte brasileira. Legal, acho válido a preocupação dele, mas não creio que todo artista deva aspirar para o mesmo.

Ainda sobre o tema social, transcreverei aqui alguns excertos de entrevistas (muitas delas na década de 40-50) com escritores brasileiro do século XX:

>Lúcia Miguel-Pereira
>— A tendência da Literatura, no futuro, será para dar mais importância ao individual ou ao social?
>— Ora, o indivíduo é muito importante e não morre, ao passo que o fato social é por excelência mutável e, portanto, envelhece, caduca. Tomemos, por exemplo, uma tragédia de Shakespeare e veremos que, nela, o que é baseado nas paixões paixões humanas não perdeu um milímetro sequer do interesse, enquanto que o que é puramente reflexo dos costumes da época virou História... Durante as grandes crises políticas, como a que agora atravessamos, é natural que os assuntos ditos sociais ganhem maior importância e venham à baila, frequentemente, nas conversas, nos discuros, nos artigos de jornal, e, portanto, também na Literatura. Nas épocas de equilíbrio, porém, é indiscutível que a primazia tem cabido sempre e caberá, por certo, no futuro, ao estudo do indivíduo. Está claro que os sofrimentos do povo não podem deixar de interessar no máximo ao escritor, porque povos somos todos nós, e não há dúvida que os problemas angustiantes com que se debatem as classes menos favorecidas podem fornecer ao romancista e ao poeta temas para obras de caráter social. Por outro lado, o homem, considerado isoladamente, é um eterno mistério e não pode haver nada mais fascinante do que procurar desvendar esse mistério.

>Agripino Grieco
>— Mas a tendência da literatura, no futuro, será para dar mais importância ao individual ou ao social?
>— Indiscutivelmente os temas sociais ganharam grande importância de uns anos para cá, importância que no futuro talvez ainda mais se acentue, pois estamos atravessando uma das maiores crises políticas por que já passou a humanidade, e nas épocas de crise é natural que isso aconteça, mas não há dúvida que o ideal seria voltar ao herói. Ao herói do tipo D. Quixote, de Gil Blas ou do stendhaliano Julien Sorel de Le Rouge et le Noir. Porque, de modo genérico, toda a grande literatura do passado foi feita em torno dele. Bem sei que se constata hoje uma decadência do “heroísmo”, mas meu desejo é que voltemos a ele, pois só assim poderemos construir tantas obras-primas como as que acima citei. O social conduz à monografia, e há sempre o perigo de que acabe no relatório e na estatística. Está claro que certas questões existem e precisam ser solucionadas. Mas pelos governos, não pelos romancistas…

>Mário de Andrade
>— Acha então que a literatura atual tende a dar mais importância ao social que ao individual, e que essa será também a orientação da literatura do futuro?
>— Não acho: é uma realidade fácil de provar. Percorra as seções literárias dos jornais, e verá escancarada essa tendência. No aliás admirável Congresso de Escritores, verdadeira legitimação de dignidade para a inteligência brasileira, com grande sofrimento meu que até agora me sangra, uma indicação muito acertada de Antônio Rangel Bandeira sobre a valorização da poesia só causou mal-estar e sorriso entre os congressistas. No entanto eu sei que talvez cinquenta por cento daqueles escritores estimam a poesia, muitos até eram poetas. É que no momento estavam desequilibradamente preocupados com outra coisa…
>— Mas então pensa que a uma poesia individualista sincera, é preferível o poeta se forçar e fazer uma poesia social insincera, que ele não sente?
>— Que é a sinceridade?
>— Creio que sou eu que estou entrevistando…
>— Aceito. Você adquiriu no berço, com a língua que lhe ensinaram, uma sinceridade infantil de falar, espontânea, que depois, no grupo escolar, com o aprendizado, diante de convicções novas adquiridas, você forçou por modificar. Quando saiu do grupo, a convicção que lhe foi imposta pelos seus professores, e confirmada pelos seus pais, já lhe fizera adquirir uma sinceridade nova de falar que você depois foi sempre modificando, não só ela mas todos os seus conhecimentos espontâneos, à medida que ia adquirindo convicções novas. E sempre “forçando”. Pois bem: a convicção intelectual nos obriga a forçar nossas sinceridades espontâneas, ou erradas, em proveito de uma sinceridade maior.
>— Acredita, então, que a poesia social é uma sinceridade maior que a poesia individualista?
>— Não acho isso não, Deus me livre! O que eu quero dizer é que o problema da sinceridade não interfere no caso, nem sequer na arte em geral. Toda aquisição de técnica é um trabalho forçado, ou, pelo menos, não é uma espontaneidade. Nós vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos. O que eu quero dizer é que se o artista está convencido de que, nesta horrível atualidade, ele deve participar das lutas sociais também com a sua arte, ele não deve se arrepelar com o fantasma bobo da insinceridade. Force um bocado e se reeduque numa sinceridade maior. Ele já não fez tantos poemas individualistas, tantos contos gratuitos que jogou fora por malsucedidos? Que mal há que jogue fora mais alguns exercícios de… espírito social, até acertar a mão? O poeta, o artista está educado por século e meio de arte gratuita, não-participante, socialmente conformista, distanciadora de classes, a serviço da classe dominante e para gozo dela. Pois cabe a ele, é seu dever, se reeducar.

>Tristão de Ataíde
>— A tendência da Literatura, no futuro, será para dar mais importância ao individual ou ao social?
>A resposta não tardou:
>— Literatura é expressão individual, é transbordamento daquilo que o escritor tem de mais íntimo em seu ser, é libertação dos seus sofrimentos, das suas angústias. O fator homem é, portanto, essencial ao seu conceito, e aí está por que não acredito numa literatura exclusivamente social. Penso, porém, que no futuro os temas sociais prevalecerão sobre quaisquer outros, sobretudo na Poesia e no Romance, onde os dramas e as esperanças do povo encontrarão eco. Também acredito numa socialização da literatura, no sentido de que o livro, graças à difusão da cultura, atingirá maior número de leitores, penetrará num maior número de casas, passará a interessar não apenas a pequena elite de intelectuais das cidades, mas ao povo, em geral.
>— E quais serão as características dessa literatura do futuro?
>— Ou muito me engano, ou estamos nas vésperas de um neo-romantismo. Há no mundo de hoje uma grande sede de poesia, uma dupla aspiração poética — como evasão e como participação. A evasão como fuga à realidade atroz, como refúgio em um mundo outro em que não haja memória do horror vivido em carne viva, correspondente ao próprio anseio do homem moderno que está fazendo a História. Os trágicos acontecimentos que até há bem pouco tempo se desenrolavam na Europa e prosseguem no Extremo Oriente, com seu séquito de sofrimentos quase intoleráveis, são para mim os anunciadores de uma Poesia nova, designada da realidade concreta e imediata, suprassensível, pois só uma poesia assim poderá corresponder à angústia de evasão que vai pelo mundo. E junto à necessidade de evasão, nesta espera do Poeta em que vivemos, encontramos a necessidade de participação expressiva, já que todo esse sofrimento tem fome de exprimir a sua experiência. Há um silêncio dos poetas, hoje, que corresponde sem dúvida ao movimento da sideração pela dor. É a hora da participação nos acontecimentos. Haverá um grande rumor de asas, amanhã, quando a dor se transfigurar e se fizer canto. Será a hora da expressão. Pois, se o Romantismo nasceu das guerras napoleônicas, o Simbolismo da Derrocada de 1870 e o Modernismo da Primeira Grande Guerra, esta, que ajudamos a ganhar com sangue dos nossos soldados, maior, mais profunda e dramática do que todas, terá forçosamente de fazer com que surja uma nova Literatura, espelho da nova ordem de coisas que ali vem.

Let's tak about this meme-master.

>Afrânio Peixoto
>Sobre a importância da literatura no mundo de amanhã, assunto que abordamos a seguir, a opinião do ilustre acadêmico é a seguinte:
>— A arte, de um modo geral, vai tomando rumos cada vez mais democráticos. No futuro, teremos não Arte para palácios, bairros aristocráticos, homens escolhidos, mas sim parcelas da cultura universal espalhadas por toda parte e penetrando nos lares mais humildes. Em vez de uma Gioconda, no Louvre, infinitos fragmentos da arte incomparável dessa e de outras obras-primas espalhadas pelo mundo inteiro, e atingindo ainda mesmo os lugares mais modestos e desprovidos. Engano muito frequente em que incorrem os que pretendem estabelecer paralelo entre a Antiguidade e os tempos atuais é decretar a decadência da espécie humana, porque não há hoje país algum que possua um Dante, Camões, um Miguel Ângelo. A explicação do fenômeno, para mim, é outra. Não se trata de decadência. Aqueles gênios surgiram porque a Idade Média, pela Escolástica, desenvolvera extraordinariamente a inteligência do homem, que a Renascença veio encher com as culturas antigas e moderna. Daí os espíritos enciclopédicos e fortemente criadores do Renascimento. Hoje a inteligência se especializou tanto, que só se pode ser enciclopédico na ignorância. Atualmente há físicos, químicos, músicos, escultores, jornalistas. Amanhã, mais precisamente, haverá técnicos de nutrição, transporte, vestuário, bom humor, distração, técnicos, em suma, de todas as necessidades da vida física e espiritual. Menos Dante e Shakespeare, é verdade, mas, em compensação, maior número de homens que, vindos de toda parte, são depositários de uma partícula do contentamento e proveito que a Ciência e a Arte podem dar. O que se perdeu em intensidade, ganhou-se em disseminação.

Essas são algumas transcrições, até onde li, do livro República das Letras, Homero Senna. Há entrevistas com mais 15 escritores, mas ainda não li seus capítulos.

bump

>brazilian writers
>portuguese writers
Kek.

veados

KATSUYORI: Nós estamos agora retornando
Do Lago Suwa, em cujo ventre aquático
Meu pai foi, num sarcófago, lançado.
(...)
Nessas águas também dormem sereias;
Qual era mesmo o nome da mocinha
Que, por amor, legou a vida ao lago
Em troca do ópio e sono acetinado
Do esquecimento? Iara, sim, Iara.
A dor da mente a fez vender a carne,
Mas a carne amamentada pelo gélido
Vinho anil dessas águas não gangrena,
Porém aurora em primavera nacarada.
Dizem que as moças cuja paz a dor
Infesta com as cracas da amargura,
Se se matam nas águas deste lago
Transforma-se em sereias e, no espírito,
Corais (pavões do mar) sentem sorrir.
O pantanal polar e iceberg do lodo
Das almas dessas moças deprimidas
Que o caos da vida escolhem afogar
Nesse batismo inverso que é o suicídio,
A aquosa abdicação do ser, em lírios
Despoluem-se, e os corações, que eram carvão
Quando pulsavam, mudos, frutam lótus.
O bafo irregular e voz confusa
Da alma humana harmoniza-se em algo como
O coral doce e carinhosa sinfonia
Do cântico de núpcias das baleias.
É essa a lenda que conta a gente simples,
As velhas lavadeiras que nas margens
Do Suwa, ao sol, as roupas ensaboam;
As tecelãs na aldeia e as camponesas
Jovens e bronzeadas que mergulham
No banhado as mãozinhas, a plantar
Os verdes brotos dos bebês de arroz.

YOKO: As mães
São poderosas, são as professoras
Não-reconhecidas da humanidade;
Os abraços maternos e as cantigas
De ninar se propagam pelos séculos,
As sílabas que a mãe balbucia ao bebê
Ecoam como passos pelos longos
Corredores de nossa eternidade.

YOKO: Gerar um filho é a única
Forma de corporificar o amor,
De ver o afeto ser mais do que gestos,
Palavras e atos, mas tornar-se carne,
Respirar, ter um coração: a mais
Nobre sabedoria de que o corpo
Humano é capaz jaz só na mulher.

KUMORI: E a certeza imortal de que este mundo,
Esta esfera de orvalho, é uma lágrima,
Uma gota de amargo pranto o globo,
E viver é boiar em sofrimento.

I beat you any day, any time ;)

aperece lixo. mas deixa eu perguntar - porque o "ne" em portugues e japones sao usado o mesmo jeito?

I do not know the subtleties and mechanics of the Japanese, but in Portuguese we have the expression " Não é?" which can be translated as the English "isn't it?". The "né" is a contraction of "Não é?"; it is like "I do not" beeing contracted in "I dont '.

So, the "né" in in a phrase is a form of emphasis, to temper a statement with a " isnt it?" or "is not it?".

O meu conselho é aguentar aquela frase com 5 ou 6 linhas, o resto fica mais fácil. Quando parecem faltar vírgulas, na verdade não faltam.

...

...

...

Obrigado por postar esses trechos, anão. Muito interessantes, em especial os do Mário de Andrade.

Fuck you, iq.

Edgy!

Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

Bocage, in "Soneto do Epitaphio"

Mesmo os sonetos sérios dele são ruins. Tenho inveja dos ingleses por eles terem sonetos como os de Shakespeare, repletos de metáforas e imagens, e nós umas porcarias como os sonetos de Camões e Bocage.

Vinícius de Moraes e Augusto dos Anjos são melhores do que os dois acima citados (mas mesmo assim não se igualma a Shakespeare).

He1l H1tler

Não entendi

Sugiro Raul de Leoni, ainda que o considere inferior a Augusto dos Anjos.

Para mim Augusto é o maior dos sonetistas brasileiros.
Talvez o maior dos poetas. Fico em dúvida entre Bandeira e dos Anjos.

bait de baixa qualidade

For you

O que tem a ver meu trabalho com Hitler?

Quais são os bons contemporâneos? Eles existem?
Sou bastante amador, e partindo de um artigo sobre os mais aclamados, li Gonçalo M. Tavares, Lya Luft, Valter Hugo Mãe e Lídia Jorge, em ordem decrescente de apreciação.
Por obséquio no bully.

Mia Couto
Nuno Ramos
Afonso Cruz

Num grito invadia os pavilhões e nada se acordava por entre os bairros, guetos e baixadas que circum-navegavam os vapores calmantes do centro financeiro. No sono da indecisão os homens se atabalhoavam entre os pilares que eram também bússolas e não só aglomerados de convenções estáticas entre dois planos reais, correndo e pensando terem tido lembranças de algumas delas num dos sonhos que não nasceram e nem jamais haveriam de fazê-lo naquela noite. Por isso acelerava positivamente em direção à fechadura, querendo ser um camelo. Andava em passos largos, como a criança que vai de encontro à cova rasa não sabe que valas são comuns não pelo anonimato e sim pela frequência com que se cavam no solo virgem de algum povo que crê naquela terra um manto invertido ao qual devem tapar e cobrir com seus pedaços imundos e chorar com suas lágrimas poças de vida. No reflexo dos sais: essa é a história do conjunto, e conjuntos são a história.

Well, I was going to create a new thread, but since we are all here, can you guys tell me what do you think of this? It's literally the beggining of the story, the book is called Diary 2116 and pic related is literally the plot.

CHAPTER 1
2016

“Did you know that the car of the President of the United States can launch missiles?” was the first thing that Lucas said in the breakfast table, even before the good morning.
“What?” I asked, thinking that it was funny.
“Yes man, it launches missiles. I am sure that they have a limo that can do something like this, our job would be só much more easier” he said.
“Why would someone that has a car that launches missiles would want more protection, man?” I asked, checking the cellphone.
“I dunno. Protection is always good, our city is not like the safest in the world, it's plausible” my cousin answered.
He stretched his neck trying to see what I was seeing on my cellphone, I ignored what he said since I was too busy checking my bank account, to give me a early cheer up. I just nodded while thinking that his theory is a funny one.
“You will never get tired of seeing these numbers, will you mate?” Lucas asked.
“When it's big like that makes me happy in just seeing it” I answered, putting away the cellphone.
“That's what she said” he replied with a smile.
“Not to you” I replied with a bigger one.
We laughed.

Eu curti, é fácil soar pretensioso escrevendo desse jeito mas você não soa.

Eu subscrevo, bom trecho,

Ele está certo.